7/14/2014

vazio de horas de trabalho

Há dias que está tudo errado.
Tenho um trabalho supostamente óptimo, que toda a gente queria ter incluindo eu. Esse trabalho tem dias. Dias normais e dias em que fazes coisas grandes. Em que tudo a nossa volta devia ser perfeito. Dias em que as decisões que tomas passam por quinhentas pessoas, em que essas decisões se tornam ridiculamente irrelevantes mas que tu já as sentes como problemas de estado. 

Dias em que se passam horas a trabalhar, estás de rastos e tens saudades de casa, deles ao colo, até de fraldas por trocar e estás a milhas disso. Dias em que pensas se a tua parte tem alguma utilidade na verdade, se tens valor acrescentado e mesmo se mais valia não dizer nada. Não vivo muito bem com não ter valor acrescentado, chateia-me brutalmente, mas há dias que não tenho. 

Depois tentas fazer isso tudo porque não queres coadunar com nada daquilo e marcas o teu ponto. Olham para ti como se tivesses doente e não adianta de muito. Realizas que tens importância zero e fica a dúvida se isso algum dia vai mudar. Lá no fundo sabes que até podes fundamentar tudo aquilo e vai fazer sentido mas às tantas não vale a pena. Sentes-te criticado por ter cão e por não ter.

E as pessoas não se tratam bem umas às outras, às vezes. Trabalham contigo juntos para o mesmo objectivo mas pensam constantemente em si próprios e atropelam-se. Se for preciso passam por cima de ti em dois tempos. É assim em quase todo o lado, não se percebe.

Nisto perdes uns minutos para alinhar a vida pessoal e o irrelevante que perdeste nesse tempo parece outra vez um elefante gigante nesta coisa tão gira que fazes no trabalho. Trabalho que tanta gente queria ter, incluindo tu.

É um trabalho giro e desafiante, muitos dias, depois há outros em que é uma bosta e tu te sentes igual a isso mesmo. E não podes reclamar porque é top, mas podes porque nada é só perfeito e no trabalho isso é especialmente verdade. E tenho tido muitos dias imperfeitos no trabalho.

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