Agregado familiar

Duas palavras às quais nunca tinha dado tanta importância como nos últimos dias.

Para mim significavam familia, familia que mora contigo vá. Depois de uma incursão à segurança social a coisa muda de figura.

Gostávamos mesmo de adoptar formalmente a Tânia, não que fizesse diferença no coração mas há seguranças na vida que todos deviam ter direito e queria que ela tivesse isso. Não a vamos largar nem que implore mas sei que escrever na pedra ajuda a ter a certeza e já percebemos que vai ser muito difícil.

Fomos a segurança social ver se conseguíamos alguma ajuda para a faculdade, no limite se não entrasse no publico poderiamos assim pensar no privado, afinal para o estado a Tânia não tem ninguém podia ser que tivesse direito a una ajuda. Ficamos presos na terceira caixa do formulário: agregado familiar. A pergunta é básica mas ficas baralhada se te estão a perguntar de coração ou de papel.
La explicámos a situação meio sem saber  se perceberia a "trapalhada" e diz com relaxe, há desde que morem juntos é tudo agregado, podem até nem se conhecer desde que partilhem "um copo de água". Fiquei parva porque dava uma conotação quase romântica à palavra.  Quando nos casámos o meu agregado familiar mudou e para mim/nós foi uma grande cena. Atribuia alguma complexidade ao agregado e sempre que preenchi papeis nesse campo até o fazia com algum nervosismo. Achei que para por a tania tinha de acrescentar um asterisco e explicar à frente a historia da nossa vida.

Agora lá vem a senhora e diz-me que no limite o zé da esquina podia estar no meu agregado foi um choque.

A parte boa do choque é que tal como no coração a Tânia já faz parte dessa cena que para mim tinha um significado maior, e isso é perfeito, faz sentido. Fosse tão fácil adoptar como agregar e já tínhamos isso resolvido. Assim foi mais um passo, pequenino mas que na verdade está tomado desde janeiro.

O nosso agregado é fixe, agora até gosto mais dele no papel.

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