Enquanto estás no forno

Acordamos de madrugada para te trazer. A mana veio comigo porque e querida e não nos queria deixar sozinhos.

Chegámos e não tinham o teu processo mas lembravam-se de nós de quando cá estivemos o ano passado. Não tinha saudades, aquela bronquiolite acabou comigo na altura. Com ele menos ainda assim.

Ficámos noutro quarto e estávas eletrico, tanta energia as 7 da manhã não se percebe. Deram-te um drunfo e desconfiamos que não ia fazer nada mas fez. Fazias as mesmas asneiras mas em câmara lenta. Comando ao ar em câmara lenta, fuga da cama em câmara lenta, sentado a balançar numa tentativa de equilíbrio completamente desiquilibrada e um assoar com tão pouca força que era só cómico. Não parou quieto mas estava em slow motion.

Depois vieram buscá-lo e seguimos no comboio. Lá fomos nós corredores a dentro até um monte de enfermeiras cheias de toucas. Saltou para o colo duma delas, depois de várias outras e mandaram-nos dar uma volta.

15/20 minutos no forno e estava pronto. Diz que tirou quilos de porcaria lá de dentro, no perú normalmente faz-se o contrário por estes dias mas a receita deve ser boa na mesma.

Vesti o kit sexy da touca e chinelos e lá fui eu esperar que ele me visse. Dizem que acordam a chorar mas como boa mãe achei que o meu tão bonzinho não me faria disso. Claro que fez. Acordou furioso e esperneou, tentou arrancar o soro e a sonda da pulsação, conseguiu um e tiraram-lhe o outro. Dizia que não a qualquer fardado que lhe aparecia à frente  e apontava para a porta para sair. Saímos  uns minutos depois e só se consolou nos braços da mana.

Agora está a bater uma soneca e depois fugimos que vem aí o pai natal e a ouvir tudo já ninguém o engana.

Obrigada pela força.  Este ano o gingle bells vais ser mais animado.

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