Fomos à revisão

Revisão do casamento. Não está mal mas há que ir vendo porque também não está sempre impecável. Nada está sempre imaculado na verdade.
Vamos mudar o óleo, pensar no que temos e no que queremos porque pensar às vezes é como saborear, e engolir o gelado todo de uma vez não tem tanta graça. Ou não tem a mesma.

As promessas foram feitas para a vida e a vida é compridona, pra lá de 35 anos se estivermos na média (55 vá). Percebo quem não quer casar porque diz não saber se quer aquilo para sempre. Se verdade é que têm consciência do difícil que é talvez por isso fiquem junto mais que muitos. Dá o que for preciso porque nada os prende. É suposto num casamento também ser assim. Acho que até é, mas mais vale rever a lição não vá estar esquecida.

Os sábios dizem que o casamento é o primeiro filho do casal, conceito romântico perfeito para quem não tem outros filhos por aí a correr com a fralda toda suja. Vais ao mais urgente no momento para não ficar assado e deixas o coitado do tal primeiro na prateleira. O tal primeiro filho pode ainda dar imenso jeito para bode expiatório ou para garantia de tudo, conforme o lado para que andamos virados. Há marés de paixão e marés de chega pra lá, há vontades e desamores, há uma esquizofrenia imensa às vezes. Mas no fundo há amor. E aquela sensação de sufoco se for embora. E só lá vão cinco anos.

Quero estar casada para sempre. Quero sentar-me na cadeira de baloiço velhinha e relembrar as histórias todas por que passámos, provavelmente não vais ouvir e sou só barulho de fundo da sport tv mas desde que finjas está tudo bem. Gosto de ti na mesma.
Hoje por umas horas somos só nós, e o tal primeiro filho que é tão nosso.

[Toca a retocar as letras]

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