7/03/2015

O fim das duas semanas

eu e xavi sentadinhos à porta da última terapia destas duas semanas intensivas.  Ele dorme e eu escrevo.

Foram duas semanas estafantes para todos mas espetaculares para todos especialmente para o zé.
Se pensarmos que quando se tem trissomia tudo é menos óbvio mas tudo se aprende, é irresistível que se queira ensinar tudo. Tudo duma vez.

É fácil se pensarmos que é só isso mas então e por onde começamos? Começo a debitar o alfabeto e depois palavras e ele fala? Ou atiro 57 vezes a bola para ele desatar a correr na perfeição?
Podia ser claro, mas não.  Por isso pedimos ajuda a quem percebe realmente e ensina a apontar o dedo e nos explica que isso em si implica consciência do seu corpo do pescoço à ponta do dedo, implica a vontade de dizer qualquer coisa e já prepara o 1 da matemática. Faz sentido mas eu cá não me lembrava de tanto.

E foi isso que tivemos a fazer. Consolidar ensinamentos no corpo e na cabeça para que agora com estes novos abdominais não falte força para o que quer, que aprendendo a sentar-se direito ajuda a que saia a correr, que a postura à mesa é determinante para a relação olho-mão e que isso traz conceitos determinantes para a leitura e escrita. Que as lengalengas que afinal não esquecemos estão lá para nos ensinar ritmo, tempo e matemática e que o dó-ré-mi-fá-sol-lá-si-dó não são só notas e que o dedo mindinho e seu vizinho vão ser importantes para a escrita. Que tudo isso ele aprende tal como os outros, mas nem sempre lhe sai naturalmente e por isso ajuda se lhe ensinarmos.

E depois com tudo isto começam a sair as outras coisas que nós achávamos ser o que nos levava ali. A fala é uma das consequências que tanto queríamos.  Continuamos a querer mas sabemos esperar melhor até porque tem saído cada vez mais e melhor. Diz mais coisas e empoleira-se na janela para contar imensas coisas ao sr das obras. Já não diz só Olá e boa. Diz mais e o resto parece estar mesmo debaixo da língua.

Por isso acabamos felizes e contentes. Agora mais um tirinho e são férias e já vai sozinho fazer muito mais e melhor.

Orgulhosa destes passos todos e desta força que tem que o faz cair e levantar-se sem grandes birras e lhe dá paciência para horas a exigirem dele. Da dedicação da nossa querida Célia. Ontem os dois juntos quase choraram depois duma qualquer conquista. Eles e eu só de os ver.


7/01/2015

Festa surpresa

Quando achamos que já não temos idade para ter festas surpresas e acontece A surpresa.

Domingo estou eu no cupav a estudar e a minha amiga Nuno pergunta-me onde vou jantar, disse que ia a casa do meu avô, perguntou se podia ir, é a minha amiga mais desbocada e faz parte da família, nem desconfiei, disse-lhe que sim, ia só confirmar com a minha mãe, tudo bem, não desconfiei de nada.

Acaba a missa do cupav e a Nuno começa a inventar (sei agora disso), desculpas, normal. 
É daquelas amigas que combina uma hora e depois lembra-se que ainda tem mil e uma coisas por fazer, não desconfiei mais uma vez. 
E o padre Nuno ajudou à festa, a fazer-me perguntas do Sócrates e eu a pensar, se ele estaria a fazer a pergunta certa, se era mesmo daquilo que queria falar, mas lá falámos. Afinal era para fazer tempo.
Pelos vistos a festa surpresa estava atrasada e a Nuno tinha que fazer tempo.

Finalmente lá fomos embora, já eram 22h00, liguei à minha mãe avisar que se calhar era melhor começarem a jantar, que nós estávamos um bocadinho atrasadas.

Cheguei a casa e parece que a família duplicou, para quem ia só jantar com o avô, lá estavam os meus amigos todos juntos, todos sorridentes a dizerem “SURPRESA”, adorei, mas fiquei assustada, uma pessoa faz 20 anos, supostamente tem que ser adulta e tal, depois tenho os meus amigos com balões na mão e todos com o mesmo sorriso, a mostrarem os dentes e a gritarem ao mesmo tempo.Mas é disto que eu gosto, tenho 20, no entanto mereço balões e mereço que os meus amigos gritem e me façam surpresas, tal como eles merecem tudo isto.

A obra de arte desta surpresa foi da Nês, que passou a ser o “Américo Talhante”, por acaso, o nome fica-lhe bem, mas isso não interessa.
Então o Américo lá trocava mensagens a falar de carne, ou melhor, dos meus amigos, tipo por quantidades, “está confirmado 20 quilos de carne”, isto significa, 20 amigos, entre outras expressões.

Agradeço-te Américo, mãe e pai  por me terem dado uma festa de anos.
Agradeço todos os dias por ter os melhores amigos, mesmo sendo um pássaro que voa muito, os amigos são de muitos anos e serão sempre, isso sei eu escolher bem e tomar conta deles.


Para o ano há mais  

6/30/2015

ultimos dias em formato horário

7h/8h- vaca alimenta vitelo

7h30- pai veste manel e deixa-o na escola para a praia. zm em autogestão destroi a casa até que alguém o pare.

8h- começam as obras

8h30- tania dá pequeno almoço ao zm e sai para maratona de estudo.

9h/10h- mãe arruma o caos, veste as duas pestes e arrancam para terapia

10h/11h/12h/13h- zm tem uma a três horas de terapia*. mãe não descola, quero aprender mais e ao mesmo termpo ter a certeza que não está estafado. pelo meio alimenta pequeno xavi que vem para todo o lado. acaba com bolachas.

12h/13h- voltamos para casa e zm adormece no carro. muda para a cama e dorme 1/2 horas. mãe almoça com tania e xavi, xavi almoça a mãe de seguida. tania retoma maratona.

15h- depois de comer qualquer coisa começa mais uma terapia do zm. se de manhã foram mais horas à tarde são menos e vice-versa.

16h- saímos comemos os dois um calipo de limão a caminho de casa.

16h30- zm ajuda a mãe no supermercado, pedimos entrega em casa porque já não temos braços (no sitio do costume é grates).

17h- passamos a buscar o né. se o zé vai, como ontem, os amigos e a isabel fazem um festão de o ver, têm saudades.

17h30- brincadeiras na rua com os primos. juntam-se todos e vai de limonada a mangueirada em casa da tia nanã.

18h30/19h- banhos, pijamas e jantar.

20h- 2 desenhos animados e cama. entre a praia da escola e a sova das terapias às vezes adormecem antes disto.

20h/21h - xavi pede muito colo e come que nem um selvagem. tania aparece. joka chega algures. fazemos jantar e jantamos os 3 ao luar na varanda. tudo estafado. fala-se do bapizado de domingo, dos planos de fim de semana e da crise na grécia. falamos de estudos, de trabalho e de amigos**

22h/23h-  costas da mãe feitas num oito das horas passadas nas cadeiras de espera. pai de rastos depois de 12h de trabalho. tania a fazer contas aos estudos para melhorar a média na segunda fase. ratos a dormir e nós parecemos bebés e caímos para o lado como eles.***


no dia seguinte repeat


*terapia= tipo personal trainer a fazer exercícios com o zé num mini ginásio (psicomotricidade).

** pode ter variações de jantar fora ou amigos a jantar.

*** fazemos mil planos para montarmos mega baptizado, pinterest é a perdição.



6/29/2015

3 meses de xavi

três meses de ti e às vezes ainda não acredito que és meu filho.
és o mais diferente de todos, parecias igual ao manel mas já nem tanto.
és dependente de mim como nenhum antes foi. nada de chucha, nada de biberons, no copo dás uns shots mas nada mais que isso.
conversas e ris às gargalhadas. não te importas de ser boneco dos teus irmãos ou de outras mãos que surjam.
mas choras mais vezes do que estou habituada e só me queres a mim. também gostas de outros mas aparentemente mais de mim. é bom, é óptimo mas às vezes me me apetece fugir.quando isso acontece mas metade nas vezes faz pirraça e fica com ela na boca.
na brincadeira quando choras digo que te vou deitar para o lixo. o manel fica desolado e diz logo que não pode ser. o zé ri-se, está-se nas tintas. traz-te a chucha .
dizem que seguras bem a cabeça e que estás tão bem desenvolvido. ao mesmo tempo que fico contente habituei-me a perceber que isso é óptimo mas se assim não for tá bom na mesma.
tanta coisa com o nome e às vezes ainda estranho, a liza chama-te xavinho os outros ainda estão a decidir para mim és xavi como o alonso, e eu não gosto especialmente de corridas. mas gosto de ti.
estás cada vez mais crescido e cada vez mais meu.
três meses de gente, três meses de ti.
adoro-te meu xavixato



6/26/2015

Primeiro dia de praia

Se calhar não devia ir tão cedo. Se calhar nem devia ir àquela hora. Se calhar não devia ter ficado até as sete e meia. Mas foi, porque fomos todos recarregar a alma e ele também.

Raptamos o manel da praia da escola e aproveitámos a folga da tarde do zé em terapias. A tania também podia e fui eu e eles todos. O joka trabalha não deu.

Mergulharam, correram ou tropeçaram no caso do zé, almoçaram da mesma tigela, comeram pêssego da didi, dormiram juntos e um deles não me largou de sede. Mas não faz mal porque estávamos na praia e ninguém leva a mal.

À beira mar, com chapéu de sol e smi nu para não ter calor podemos dizer que adorou [sendo que não fala posso decidir o que pensa com alguma facilidade].

Depois voltámos para jantar com o pai, claro que àquela hora já só jantaram metade os outros tinham a bucha da lancheira e caminha escrito na testa.

Mr xavi chorou para descarregar tanta emoção e ferrou. Dormiu das 9 às 9 como quem pedia mais praia.

6/25/2015

Problema de rotina(s)

Tenho um problema grave com rotinas, se elas se instalam e se dou por isso frito. Detesto. Se não dá para mais mudanças porque estamos apertados de tempo então no minimo mudo o caminho de carro para pelo menos não ver a mesma paisagem. É com certeza uma patologia ou sindroma qualquer, é pelo menos a minha.

Por isto ou por outra razão qualquer eles habituaram-se a isso. Estranho é se a semana se passa sem programas ou invenções não programadas. Varia na pessoa que os vai buscar, varia no programa depois da escola, varia no banho de banheira ou mangueira, varia no pijama ou roupa depois e varia no onde jantamos e às vezes dormimos. Varia isso tudo e eles estão habituados. Vão com todos e adormecem nos cantos, não fazem birras disso e adoram a surpresa de lhes virarmos as voltas. O xavi ainda se desorienta mas desde que a vaca esteja por lá está tudo bem.

Leio em todo o lado que as crianças precisam de rotinas. E tento mas o tal sindroma ou patologia lixa-me o esquema. Será que a rotina deles não posso ser eu [nós] ? É que isso realmente não costuma falhar.

Enfim fica a dúvida. Se alguém entendido souber sobre a gravidade desta minhas patologia diga sff, era bom evitarmos terapias disso.

6/23/2015

Duas semanas intensivas

o ano passado andámos a ver métodos para potenciar o desenvolvimento do zé maria. vimos e desvimos e um ano depois não aplicamos nenhum deles [pelo menos como devíamos].

Sobre o doman decidimos que por muito faça sentido não encaixa nas dinâmicas que temos e perder isso seria pior do que viver sem ele. por isso, até que isso mude, se alguma vez mudar viveremos sem ele, o doman.
depois havia o Feuerstein, o que fomos conhecer à holanda mas na verdade é mesmo de israel. Ora esse parece bom mas tem qualquer coisa que não consigo explicar que não me convence a 100%. A sua aplicação passa por terapias semelhantes às que o zé já tem hoje, com o twist de um terapeuta com truques para "fazer o que quiser de uma criança". o que achei mais interessante de tudo até foi o plano intensivo que têm que implica um mês intensivo de terapias (3 ou 4 dia), das habituais mas com o tal twist. esse mês tem de ser em israel e é caro para xuxu.

ora num misto de pombinhas da catrina que andam de mão em mão e mais vale um que dois a voar, andámos este ano a pensar o que fazer. sabendo ainda mais que ia estar de licença de maternidade e com muita flexibilidade nas mãos as coisas tornavam-se ainda mais divertidas.

ora dois mais dois são quatro menos três sobra um e de repente quando assinava o papel para ir com a escola para a praia realizei que apesar do zm adorar os amigos e professores talvez o melhor fosse eu não gastar aquele dinheiro naquilo, juntava-lhe mais uns valentes trocos e montava um plano intensivo com as terapeutas de cá. ás tantas intensivo por intensivo a coisa podia resultar cá, e eu tirava as teimas.

assim foi, arranjei uma terapeuta que aplica o feuerstein cá, reforcei as outras e durante duas semanas o zm vai ter 2 a 4 horas de terapias por dia. uma sessão de manhã e uma à tarde tudo essencialmente de psicomotricidade, porque de já vou acreditando que isso é o mais importante de tudo. é a base que permite tudo o resto [digo eu que não percebo nada].

segunda 22 começou ontem e quase parece um mês. alimento o mai novo às 6 e picos, reforço a dose às 9 e tal e às 10/11 estamos a começar a primeira dose. ao 12/13 paramos para almoçar, sendo que o xavi é o selvagem do costume e o zé coitado adormece quase sempre pelo caminho. depois vai em braços à cama meia ou uma 1 e siga para a sessão da tarde. no fim passamos a buscar o manel, primos na rua para brincar e caminha que amanhã há mais. eu, o xavi e o zé. os três da vidairada. estou curiosa para ver no que dá isto do intensivo, pode nem dar nada mas fica feito e testado e isso só por si já é muito neste mundo em que vamos escolhendo caminhos. dizem que as crianças têm todas o seu ritmo e temos de aprender a respeitá-lo com paciência, não querer tudo para ontem ou para o tempo dito certo, acredito cada vez mais nisso mas sou de pele e osso e quero o melhor para ele e parece impossível não ter a tentação de o puxar até ao limite.

lá intensivo tem sido. está delirante de passar tanto tempo comigo e eu com ele. estamos os três, embora o xavi continue a delirar especialmente com o facto de eu ser uma vaquinha, mas lá no fundo também deve gostar de estar mais com o zm. quem não gosta?!

6/22/2015

O Sol, a festa e o resto...

Caríssimos,

Tenho para mim que as coisas acontecem por alguma razão. O único problema é tentar perceber ou encontrar a razão. 

Sábado, 40º graus à sombra. Dia que exigia ida a banhos, praia, piscina. Acontece que este dia já estava reservado para a festa de final de ano dos míudos. 4 da tarde, pico do calor. duas mil crianças. Sol. Calor. Pavilhão sem ar condicionado. Portanto programa espectacular. Suei o dia inteiro até que desisti de suar. Síncope, desmaio ou outro tipo de condição médica estiveram perto.
Foram 2 horas e 48 minutos de festa. Havia os bebés, os bebés que andam, os miúdos pequenos, os médios e os grandes. Foi didático? foi... Foi interessante? foi... mas chiça, foram 2 horas e 48 minutos. Duas sessões independentes de ballet de 9 minutos cada. Judo... Marchas populares, lendas e ditados, em português e em inglês. As regiões de Portugal representadas, uma música para cada, incluindo açores e madeira. Sem telemóvel. A Rosa saiu a meio para tratar do mai novo que parece ser mais exigente do que os outros nesta idade. Ainda tive a fazer mentalmente equipas de futebol para me distrair, mas o meu cérebro não deixou.

Na verdade, estavam radiantes os miúdos. Todos. Os meus e os dos outros. Os professores, auxiliares e ajudantes com uma força inesgotável. Acaba por dar prazer ver toda uma estrutura em que os teus filhos estão integrados, onde passam muito do seu tempo. Sentes que fazes um bom trabalho a nível de delegação de educação escolar. Mas chiça, foram 2h48m, num sábado à tarde com 40ºC.

O Manel fez demonstração de Judo. Agora pelos vistos há cintos com meias cores. A economia dos cintos de judo deve estar fortissima. Temos o cinto branco, o arco iris, o branco-amarelo e o amarelo a caminho. Ele tropeça nas calças grandes demais, mas cai em cima de outro. Até parece judo. Mais não posso pedir. 

Depois aparece o Zé. Vestido de saco de grão.Um dos ingredientes principais do bacalhau com grão. Fiquei com fome. Muito se cantou sobre comida. Verdade que os meus príncipes estavam literalmente deliciosos. O Manel reapareceu a dançar numa marcha com uma míuda. Orgulho. Portou-se bem e não caíram. Mais não posso pedir. 

Foram 2 horas e 48 minutos complicados, mas acabas com a sensação de dever cumprido e que os teus filhos estão felizes. Mais não dá para pedir. Apenas que para o ano não estejam 40º, que não comece às 16 num sábado. Mas haverá sempre qualquer coisa. Há uma razão qualquer... Mesmo que não a percebamos, ela anda por aí...

Saravá,


6/18/2015

Da lista de afazeres

Lista infindável de coisas espetaculares que quando estás a trabalhar não podes fazer e que agora que posso gerir o tempo como quero e por isso posso. Lista infindável que adoro mas que é muito mais gira de fazer com mais gente. Gente que normalmente não tem a minha boa vida.

Sou pessoa de fazer as coisas com gente. Multiplica por dez a graça. E o meu xavi é gente mas pouco ainda. É a minha gentinha de companhia.

E por isso ontem não fui quando podia, fui quando dava para todos. Arrancámos às sete. Apanhámos transito na marginal mas vimos a vista e o manel diz que quase viu baleias. Chegámos à praia e estavam os primos que não têm a minha vida mas às quase oito dá para tudo. Brincaram correram, conversámos até ficar fresco e depois subimos para o bar e jantámos hambúrgueres e tostas. Mais de tudo e saímos de lá às dez da noite. Tudo estafado mas com mais vida dessa lista.

Chega-se à conclusão que não é preciso estar de licença para fazer nada disto. É só preciso ter a mochila cheia, arrancar e aproveitar.

Fica prometido fazer muito disto mesmo quando tiver a trabalhar, e escrito para poderem cobrar.

6/16/2015

A importância de um professor

Não sei se eles sabem, nem imaginam a importância que têm e o que fascinam.
se tivesse jeito fazia um verso se tivesse voz fazia um fado,
não tenho nada disso fica um texto mal amanhado.

ao pedro do zé ainda vou agradecendo 
não sabemos os dois o que teria sido se não fosse ele.
bem certo que o miudo é esperto mas tanto empenho fora de portas
deu muito mais resultado que as amostras.

já nem falando na isabel,
 que crava beijinhos do zé aos magotes
e ele derrete-se com tanto mel,
vamos ter saudades sérias desta béu tão querida.

o manel tem um par de jarras das boas
para quem leva tantas flores, 
a dora que durante umas horas é mãe
e a sofia que ninguém lha tira.
é uma admiração fora de série
não fosse ele morrer de amores.


depois vêm as da tânia, talvez mais inesperadas pela idade,
quando parece que já ninguém lhes liga porque são grandes
caem anjos de com asas e grande habilidade.
a de português que se desfez em ajudas e preocupações
merece  um abraço mais forte que furacões.
amanhã na hora h sei que torcerá tanto como eu,
dê por onde der não queria deixar de lhe dizer: obrigada querida Eunice por tudo o que foi e deu.


a Marta veio depois, e agarrou o desafio sem dó nem piedade
ensinou tudo de coração a quem não tinha tempo nem solução
desdobraram-se em trabalho mas nem um sms faltou nas contas
ensinou-lhe uma nova paixão que vem com números e um jeitão.


toda esta rima estúpida e sem versos para agradecer a quem não tem paga.
quem dá a mais do que a medida não sabe nem sonha,
que muda vidas e vontades.
semeiam tudo e não esperam nada, valem uma vida de amizades.
de baixo para cima agradeço com monumental apreço,
a todos que tanto os inspiram, 
tanto tanto que decerto não imaginam.